quarta-feira, 15 de abril de 2009

Trabalhadores da construção pesada paralisam obras públicas na Bahia




Luiza Torres
Especial para o UOL Notícias
Em Salvador

O mau tempo não impediu que cerca de 200 trabalhadores filiados ao Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada e Montagem Industrial do Estado da Bahia (Sintepav-BA) se reunissem em assembleia nesta quarta-feira, em frente ao Fórum Ruy Barbosa, em Salvador, e decidissem manter a greve iniciada na véspera.

Segundo a presidente da Força Sindical, Nair Goulart, 20 mil operários paralisaram o trabalho nas principais obras públicas do Estado, como o metrô de Salvador, o gasoduto Gasene, a Via Portuária, obras de irrigação, pavimentação e recapeamento de vias públicas e o emissário Jaguaribe.

Goulart prevê que nesta quinta-feira o contingente de grevistas pode subir para 28 mil, caso os cerca de 8.000 trabalhadores da obra do gasoduto resolvam aderir ao movimento.

A prefeitura de Salvador pediu aos cerca de 3.000 trabalhadores em greve na capital baiana que suspendam a paralisação e retomem o serviço de pavimentação. "Com a paralisação das atividades dos trabalhadores da construção pesada, o serviço das 12 equipes coordenadas pela prefeitura e espalhadas pela cidade foi suspenso, interferindo na aplicação média de 200 toneladas de asfalto por dia. Hoje, os cerca de 80 homens, que compõem as equipes, atuariam na Paralela, Pituba, Boca do Rio, na Avenida Juracy Magalhães, dentre outros", diz a nota oficial assinada pelo prefeito João Henrique publicada nesta quarta-feira.

De acordo com Goulart, desde janeiro o Sintepav tenta negociar com o patronato. No total, foram realizadas 10 rodadas de negociações da Campanha Salarial 2009, com data-base em 1º de março. As principais reivindicações dos trabalhadores são: 14% de reajuste; cesta básica de R$ 130; pagamento de horas extras com adicionais variando de 60% a 130%, dependendo do dia da semana, contrato de experiência de 30 dias e assistência médica e odontológica.

Em nota, o Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon) não citou o número de trabalhadores em greve e afirmou que está oferecendo à categoria 7,25% de aumento, o que representa 1% de ganho real sob a inflação. "A porcentagem oferecida representa o máximo suportado pelas empresas, especialmente neste momento de crise financeira internacional, com escassez de crédito e a pré-fixação dos contratos já fechados com o governo", diz a nota.

Com relação às horas extras, na última convenção coletiva com o sindicato dos trabalhadores, para o período de 2008/2009, ficou estabelecido o pagamento de adicionais que variando de 50% a 100%.

O Ministério Público do Trabalho marcou uma audiência de conciliação entre representantes dos dois sindicatos para esta quinta-feira, às 8h30, na sede do MPT, no Corredor da Vitória.

Segundo o presidente Sintepav, Bebeto Galvão o setor da construção cresceu 8% em 2008 no Brasil; na Bahia, no primeiro semestre de 2008, o crescimento foi de 7,1%.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Foto histórica: O drama de Omayra




Omayra Sanchez foi uma menina vítima do vulcão Nevado do Ruiz durante a erupção que arrasou o povoado de Armero, Colômbia em 1985.

Omayra ficou três dias jogada sobre o lodo, água e restos de sua própria casa e presa aos corpos dos próprios pais. Quando os paramédicos de poucos recursos tentaram ajudá-la, comprovaram que era impossível, já que para tirá-la precisavam amputar-lhe as pernas, e a falta de um especialista para tal cirurgia resultaria na morte da menina. Omayra mostrou-se forte até o último momento de sua vida, segundo os paramédicos e jornalistas que a rodeavam.

Durante os três dias, manteve-se pensando somente em voltar ao colégio e a seus exames e a convivência com seus amigos.

O fotógrafo Frank Fournier, fez uma foto de Omayra que deu a volta ao mundo e originou uma controvérsia a respeito da indiferença do Governo Colombiano com respeito às vítimas de catástrofes. A fotografia foi publicada meses após o falecimento da garota.

Muitos vêem nesta imagem de 1985 o começo do que hoje chamamos Globalização, pois seu sofrimento foi vivenciado em tempo real pelas câmaras de televisão de todo o mundo.

Governo e MST discutem reforma agrária

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) se reuniu nesta segunda-feira (13) com o secretário da Agricultura, Roberto Muniz, para cobrar o passivo dos acordos firmados com o governo em 2007, apresentar demandas para os próximos 20 meses e discutir a reforma agrária no estado.

De acordo com o líder do MST, Márcio Matos, todos os acordos feitos com o Governo do Estado foram encaminhados para as suas respectivas secretarias, como saúde, educação, moradia e infraestrutura. “O governo conseguiu encaminhar algumas coisas. Não temos dúvidas do comprometimento do governador Jaques Wagner com a reforma agrária e com o Movimento Sem Terra. Por isso, viemos cobrar esse passivo de 2007 e apresentar novas demandas para pactuar outros acordos”, afirmou.

Segundo Roberto Muniz, entre as ações do governo para a melhoria nos assentamentos dos Sem Terra na Bahia estão reformas de casas, construção e reformas de centros de formação, distribuição de sementes e implantação de energia elétrica nos assentamentos, e a recuperação de 300 quilômetros de estradas vicinais para facilitar o escoamento da produção agrícola das áreas de assentamentos. Estão previstos mais 400 quilômetros. “Houve conquistas, mas o movimento quer ampliá-las. A pauta é extensa e requer cuidados especiais, porque precisamos olhar principalmente os agricultores familiares, que representam parte dessa grande quantidade de famílias que estão no campo e desejam ação prioritária do Governo do Estado”, afirma o secretário.

A ação do MST faz parte da jornada de lutas do movimento, conhecido como Abril Vermelho, que acontece todo ano no Brasil, quando é lembrada a morte de 19 trabalhadores rurais sem-terra em Eldorado dos Carajás, em 17 de abril de 1996. Eles ainda reivindicam dos governos estaduais e federal agilidade na reforma agrária em todo país.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Cameratas da Osba faz apresentação na LBV

Olhos vidrados e ouvidos atentos às sinfonias de Mozart, Villa Lobos e outros mestres da música clássica. Desta maneira, crianças e idosos receberam o trio de palhetas Opus Lumen, da Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba), que se apresentou nesta terça-feira (7) na sede da Legião da Boa Vontade (LBV), na Ribeira. A apresentação faz parte do projeto Cameratas da Osba, iniciativa da Secretaria Estadual de Cultura (Secult) que tem como objetivo divulgar a música erudita, levando-a a diversos públicos.

Composto por músicos que tocam três instrumentos de sopro que utilizam palhetas (Oboé, fagote e clarineta), o grupo executou peças eruditas, passando pela popular estilizada. No repertório, músicas infantis, Beatles (Yesterday), Ernesto Nazaré, peças de Villa Lobos e Mozart.

Ouvir pela primeira vez as sinfonias emocionou a aposentada Hildete Ribeiro, 68 anos. “Nunca vi uma coisa tão bonita quanto esta. Música faz bem ao corpo e a mente”. Diferente de Hildete, a estudante Nicole Rafaele dos Santos, 9 anos, assiste pela terceira vez a apresentação da Cameratas e afirmou que se encantou com todas. “Muito legal. Cantei com eles as músicas que conheço. Todas as vezes, eu canto. É divertido”, afirmou.

O músico do Opus Lumen, Gustavo Seal explicou que a linguagem das músicas executadas depende do público que está assistindo às apresentações. Para crianças, por exemplo, as sinfonias tocadas são curtas e leves, fáceis de entender, mas o método também pode ser usados em público formado por adultos.

Além do evento na LBV, houve apresentação também no Pelourinho, na Associação Brasileira de Convivência da Melhor Idade (ABCMI) com o grupo Quadro Solar, composto pelos músicos Andréa Bandeira (flauta), Mário Gonçalves (violino), Alexander Cichilov (viola) e Cândida Lobão (violoncelo). O Opus Lumen é formado por Gustavo Seal (oboé), Solamy Oliveira (clarineta) e Cláudia Sales ( fagote).

As cameratas do Osba têm se apresentado em locais alternativos como hospitais, escolas, igrejas e associações de bairros, democratizando o acesso à música de concerto e contribuindo para a formação de novas platéias.

No total sete grupos fazem parte das cameratas, que realizam em média 15 apresentações por mês. De acordo com a coordenadora e produtora do projeto, Rita Perez, no mês passado foram 26 produções. Segundo ela, durante a execução das peças os instrumentistas explicam sobre a utilidade de cada instrumento.

Interessado nas explicações dos músicos sobre a utilização das palhetas simples e duplas nos instrumentos de sopro, o aposentado Anibal dos Santos, 69 anos, anotou tudo, o nome de cada instrumento, o tipo de som executado. Porém, não esqueceu de registrar o repertório e o nome dos mestres eruditos, como Mozart.

“Escrevi tudo que eles disseram aqui porque gostei do tipo de música e achei interessante os instrumentos. È para não esquecer nada”, contou. Já o estudante Anderson Lopes, 9 anos, afirmou que ficou com vontade de aprender a tocar clarineta. “Gostei muito da apresentação, achei muito legal. È bom porque aprendemos para que serve cada instrumento. São diferentes dos que já vi e queria aprender a tocar”.

As cameratas do Osba fazem apresentação em qualquer instituição e ONGs. Para solicitar um dos grupos basta ligar para o Osba no telefone 3117-4836.

Programação de Abril

14/04 - Opus Lumen, às 16h, na Associação de Pais e mestres e Adjacências do Pero Vaz
16/04 - Quadro Solar, às 16h, no GERMEN
16/04 - Duo Barroco, às 17h30, no Palacete das Artes
17/04 - Quarteto Novo e Trio Pastorale, às 16h30, no Colégio Evaristo da Veiga
24/04 - Bahia Cordas, às 15h30, no Instituto Pestalozzi

domingo, 5 de abril de 2009

Maurice Ravel - Bolero - Herbert von Karajan 1985 - Part II

Morte de Kurt Cobain, do Nirvana, completa 15 anos

Há 15 anos, no dia 5 de abril de 1994, morria Kurt Donald Cobain. Vocalista e guitarrista de uma das bandas mais influentes do movimento grunge, o Nirvana, Kurt Cobain tinha apenas 27 anos. O corpo do líder do Nirvana só foi encontrado pela polícia no dia 8 de abril, em sua casa na cidade de Seattle, nos Estados Unidos, com um tiro na cabeça.


As circunstâncias da morte de Cobain até hoje são nebulosas. Embora a versão oficial tenha sido o suicídio, muitos fãs da banda acreditam que o músico tenha sido assassinado.


A principal suspeita de mandar matar o líder do Nirvana é sua esposa, a roqueira Courtney Love. A ex-vocalista do Hole nega qualquer inteção de matar Kurt e afirma que ele já havia tentado cometer suicídio antes.


Alguns fatos ajudam a reforçar a teoria de Kurt Cobain teria sido assassinado. A espingarda que causou a morte de Cobain foi encontrada sobre o peito do vocalista. Na época, a polícia não encontrou impressões digitais legíveis para ajuda no caso. Mas o que mais gera especulação são o posicionamento da arma depois do disparo e o local onde foi encontrada a cápsula. Segundo a teoria, tudo indica que a cena do crime teria sido alterada.


Na época, o investigador do caso defendeu que com a quantidade de heroína que havia em seu sangue, Kurt Cobain não poderia ter puxado o gatilho.


Antes de se matar, o líder do Nirvana teria deixado uma carta de despedida, outro fato que gera mais especulação sobre um possível assassinato. Alguns especialistas sugerem que a caligrafia que aparece no final da carta se despendido é diferente da apresentada no restante do bilhete.


O Nirvana
Apesar da morte prematura, Kurt Cobain e o Nirvana ainda são grandes influências para o rock mundial. A banda tornou o grunge um estilo conhecido e o álbum "Nevermind" foi uma verdadeira revolução musical na década de 90.


Hoje, os outros integrantes do Nirvana, Krist Novoselic e Dave Grohl, seguiram caminhos diferentes. Novoselic, ex-baixista da banda, tem uma coluna de política no site do jornal Seattle Weekly's. Já Dave Grohl, ex-baterista, é vocalista e guitarrista da banda Foo Fighters






Fala na Cara - CQC

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Lei de Imprensa será julgada no dia 15 de abril

O ministro Carlos Ayres Britto, do Supremo Tribunal Federal, votou quinta-feira (02) pela revogação total da Lei de Imprensa (5.250/67), mas a decisão final acabou ficando para 15 de abril. Somente o ministro Eros Grau teve tempo de declarar seu voto acompanhando o parecer de Britto antes de a sessão ser suspensa pelo presidente da suprema corte, ministro Gilmar Mendes, por volta das 18h, após cerca de três horas e meia do início.

CONCEITOS – O presidente da Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), Sérgio Murillo, que acompanhou o julgamento no STF, achou o relatório de Britto “recheado de conceitos neoliberais sobre liberdade de imprensa”, e acredita que seu voto não irá prosperar entre os demais ministros do Supremo.

“O parecer do procurador-geral da República é consistente e deverá ser considerado no voto dos demais”, opina Murillo. A ação que tramita no STF é uma arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) impetrada pelo PDT.

O procurador-geral, Antônio Fernando Souza, apegou-se a uma argumentação técnica: a Lei das ADPFs (Lei 9.882/99), de acordo com ele, determina expressamente que a ação deve conter a indicação dos preceitos constitucionais ditos violados e qual é o ato que se pretende declarar não recepcionado, especificado no pedido final. “Esses requisitos, ao ver do Ministério Público, constituem condição sine qua non para o conhecimento da ação”, disse ele.

DIPLOMA –O adiamento da pauta para 15 de abril significa que também ficou adiado o julgamento mais esperado pelos jornalistas, aquele que vai determinar se é ou não constitucional a exigência de diploma de curso superior em jornalismo para o exercício da profissão no País – o que frustrou a expectativa de cerca de 300 jornalistas e estudantes de jornalismo do Distrito Federal, São Paulo e Goiás que se aglomeraram desde cedo na porta do STF, na Esplanada dos Ministérios, numa manifestação a favor da exigência do diploma.

Em seu voto, Ayres Britto defendeu que a Constituição Federal é instrumento suficiente para a regulamentação da liberdade de imprensa. “Não há espaço constitucional para movimentação interferente do Estado em matéria de imprensa”, sentenciou o ministro.