sexta-feira, 27 de março de 2009

Homem é preso na Bahia acusado de matar bebê usando uma furadeira

http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2009/03/26/ult5772u3395.jhtm


Luiza Torres
Especial para o UOL Notícias
Em Salvador


A Polícia Civil de Ilhéus, no sul da Bahia, prendeu nesta quinta-feira (26) o mecânico Diego Santos Silva, 25, acusado de matar um bebê de um 1 ano e 9 meses usando uma furadeira. Segundo a delegada plantonista Magda Figueiredo, o homem invadiu a casa da família do bebê Daniel Andrade Bonfim na última terça (24) e, depois de não encontrar os pais da criança, agrediu o menino com golpes da broca da furadeira em sua cabeça e ouvido. Caçula de uma família de quatro filhos, o garoto foi agredido na presença de sua irmã mais velha, de 10 anos, que saiu gritando por socorro, e de um irmão de cinco anos.

A criança foi encontrada inconsciente pela mãe e chegou a ser levada para um hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu após um dia de internação. A polícia chegou até o criminoso após o depoimento do irmão da vítima, de 5 anos de idade, que apontou o criminoso. O acusado foi indiciado por lesão corporal grave seguida de morte.

De acordo com a delegada, os pais da criança morta, cujos nomes não foram divulgados, confessaram ser usuários de crack e costumavam consumir a droga em casa, na presença dos filhos.

A polícia investiga se os pais também estão envolvidos no homicídio, já que durante o depoimento, a mãe do bebê apresentou duas versões sobre a agressão. Inicialmente, ela declarou que tinha saído de casa em companhia do marido e, ao retornarem encontraram o menino ensangüentado. Já no segundo depoimento, mudou a versão, admitindo estar em casa com o marido e Diego fumando crack, quando o pai do bebê saiu para comprar mais drogas, tendo ela se dirigido ao fundo da casa, enquanto Diego ficou num quarto com a vítima e os irmãos.

Até a conclusão dos inquéritos, os outros filhos do casal ficarão recolhidos no Conselho Tutelar do município.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Matrícula vai até a casa dos estudantes

Luiza Torres ( Janeiro de 2006, SMEC)

Os caminhos são difíceis, becos e ruas com acesso complicado, sol escaldante, mas nenhuma dificuldade é maior do que a vontade de cumprir uma missão importante: matricular crianças e adultos que estão fora da sala de aula. O trabalho é desempenhado pela equipe da Matricula Informatizada Social (MAIS), composta por oito atendentes e dois coordenadores, que saem pelos bairros de baixa renda batendo na porta de cada casa, a fim de efetuar a matrícula.

A matricula itinerante teve inicio no dia 16 de janeiro, percorrendo os bairros do Uruguai, Massaranduba (Baixa do Petróleo), Monte Serrat (Pedra Furada), Engenho Velho da Federação e Plataforma. Antes de chegar às comunidades, ainda no veículo, a equipe recebe as últimas orientações do supervisor da Central de Atendimento, Heleno Maisk dos Santos, e aproveita para tirar todas as dúvidas. Ao chegarem no local, os atendentes conversam com os moradores e explicam a importância da criança estar na escola.

O supervisor explica que ao chegarem à localidade são formadas duplas que se separam e cada uma fica em uma rua diferente, identificando crianças, adolescentes, jovens e adultos que estão fora da escola. A matricula é realizada pelo celular em contato com a Central de Matrícula, no CAPS. Para a teleatendente Taijane França, 21 anos, uma das alunas do Projovem selecionada para trabalhar na Matrícula Informatizada Social, esta é uma experiência singular, porque dá oportunidade à população carente de lutar pelos seus estudos. “Me sinto presenteada ao realizar as matriculas nos bairros. Procuro convencer as famílias mais resistentes, dando como exemplo a minha experiência, que fiquei tanto tempo longe da escola e como conseqüência tive dificuldades de me integrar ao mercado de trabalho. Este trabalho mostra que o Projovem não é apenas o beneficio de R$ 100, como eu antes imaginava, mas é uma oportunidade para mim e para outras pessoas. Por isso, digo para as mães, quando surgir uma oportunidade de estudar agarre, porque só irá te beneficiar. Quando elas ouvem isto correm para matricular seus filhos”, afirma.

Em Plataforma, Subúrbio Ferroviário, a equipe não teve dificuldade em realizar a matricula. O pescador Edson Pitanga dos Reis, 30 anos, que há mais de 20 anos não entra em uma sala de aula, ficou surpreso ao receber na sua residência uma das equipes da Matrícula Itinerante. Com dificuldade para assinar o próprio nome, Edson afirmou que quer “estudar para lembrar das coisas que fugiram da mente”. “Sempre tive vontade de retornar aos estudos. Quero, no futuro, ter uma profissão melhor. Ser alguém na vida. Esta ação da prefeitura facilitou o meu retorno, se não fosse isto, com certeza não voltaria porque não tinha coragem de me matricular”, ressalta.

Outra moradora do bairro, Cinthia Teles Mattos, 27 anos, mãe de três filhos (5 anos, 1 ano e 7 meses), ficou muito feliz ao matricular seu filho Caio Henrique, 5 anos, na Escola Municipal Machado de Assis. Segundo ela, havia muita dificuldade de matricular o garoto, pois não tinha com quem deixar as duas filhas mais novas. “Eu já tinha desistido de procurar vaga nas escolas e o meu filho ficaria mais uma vez sem estudar. Quero muito que meus filhos tenham um futuro melhor que o meu, porque não tive oportunidade de me dedicar aos meus estudos. Estou muito feliz por oportunizar isto a eles”, enfatiza.

De acordo com o secretário municipal da Educação e Cultura, Ney Campello, a matrícula itinerante é importante para a inclusão de pessoas que por algum motivo desistiram de estudar ou de crianças em idade escolar que ainda não foram matriculadas. “Queremos que o "S" da Matricula Informatizada Social seja maior, se sobressaia, porque a matrícula acolhe e inclui estes cidadãos. Esta ação procura sensibilizar os pais dos estudantes e é o caminho para uma Cidade Educadora”, pontua o secretário.

ABORTO DE ANENCÉFALOS

Luiza Torres (05 de abril de 2005, Tribunal de Justiça da Bahia)


A discussão sobre o aborto em casos de anencefalia ou defeito no tubo neural (ausência de cérebro) tem causado muita polêmica nos meios jurídico, religioso e médico. De um lado a crença religiosa e o emocional, que proíbem a interrupção da gravidez mesmo em casos de risco de morte da mulher, do outro, a medicina e o jurídico, que concordam que a permanência do feto no útero materno pode gerar perigo para a mãe.

Em julho do ano passado, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio de Mello, concedeu uma liminar à Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS), autorizando o aborto em caso de fetos anencefálicos, decisão bastante contestada pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O desembargador Raimundo Queiroz, católico apostólico romano, condena o aborto mesmo em caso de ausência de cérebro. A Igreja proíbe este tipo de intervenção médica, porque considera que a vida começa na concepção, no momento em que Deus coloca a alma naquele ser, afirma. Explica que o artigo 128 do Código Penal brasileiro só permite o aborto em duas situações: quando há risco concreto para a gestante, conhecido como aborto necessário ou terapêutico, e no caso de estupro, denominado de humanitário ou sentimental.

No caso da anencefalia, o Código Penal permite o aborto, porque o feto anômalo põe em risco a vida da gestante. Este tipo de interrupção seria denominado de necessário ou terapêutico. "Sou católico e devo seguir o que prega minha religião. Ninguém pode tirar a vida do outro, independentemente de qualquer coisa", diz o desembargador, esclarecendo que a mulher que aborta fora das duas possibilidades citadas pelo Código Penal pode responder a um processo judicial.

Em contraponto ao Código Penal, está o Código Civil, que, no artigo 2º, diz que a personalidade civil da pessoa começa no nascimento com vida, mas a lei põe a salvo desde a concepção os direitos do nacituro. Segundo Raimundo Queiroz, o Código Civil segue os dogmas da Igreja, lembrando que há dois pontos nesta discussão: o religioso e o jurídico. O religioso nunca faz distinção sobre a origem da vida, se pode ou não o ser que está no ventre causar dificuldades para a saúde da mulher. Já o Código Penal permite o aborto no caso de anencefalia, se isso representar risco de morte para a mãe.

Para os profissionais de medicina, o assunto deveria ser repensado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com o presidente da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia da Bahia (Sogiba), Jorge Luiz Sapucaia Calabrich, os fetos anencefálicos só vivem enquanto estão ligados ao cordão umbilical. "No momento em que nasce, a morte é uma certeza. Não há perspectiva de vida. Esse bebê não tem apenas uma má-formação comum, ele não possui cérebro, portanto não tem controle das funções vitais. É um ser condenado à morte", esclareceu Calabrich. Ele afirma que as mulheres podem ter vários problemas, além do risco de morte, como o psicológico.

"Imagine uma mulher com um feto sem cérebro: vai sentir os mesmos sintomas de uma gravidez normal, mas também vai passar toda gestação consciente de que o filho vai morrer assim que nascer". Na opinião Calabrich, a discussão sobre o tema ainda não amadureceu, pois a maioria dos médicos se deixa levar pelo emocional. Na Bahia é comum ocorrerem abortos devido a anencefalia. Quando houve a liminar do STF, mais de 100 mulheres puderam interromper a gravidez sem o parecer da Justiça, embora tivessem que comprovar a anencefalia fetal. Atualmente, isto só é possível com autorização jurídica.

A anencefalia ou defeito no tubo neural ocorre com maior incidência na classe de baixa renda, por causa dos hábitos alimentares. O tubo neural do embrião não se fecha para formar a medula espinhal e o cérebro. Quando isto acontece, o resultado é a ausência de cérebro e morte em poucas horas ou dias. Para combater a doença, a mulher, antes e durante a gestação, deve ingerir alimentos que contenham ácido fólico, como fígado, espinafre, salsinha, beterraba crua, amendoim e gérmen de trigo. "Para mim, a ausência de cérebro em fetos é um caso de saúde pública. Os órgãos públicos poderiam criar uma política de assistência para essas mulheres de baixa renda", opina o obstetra.

O ácido fólico não é caro e pode ser colocado na massa do pão e em carnes vermelhas ou brancas. Todas as mulheres em idade fértil e que podem engravidar devem tomar 0.4 mg de ácido fólico. As que tiveram um filho afetado com ausência de cérebro correm um risco 10 vezes maior de terem outro com o mesmo problema.

DISCUSSÂO - O Supremo Tribunal Federal (STF) vai discutir o assunto do aborto em casos de feto anencefálicos até o final deste mês, quando a questão será julgada em definitivo. Para a desembargadora Sílvia Zarif, a decisão de abortar ou não deve ser da mulher. De repente, a gestante pode achar doloroso interromper a gravidez e querer que o bebê nasça mesmo sabendo que ele logo morrerá. "Se eu estivesse nesta situação, com certeza não saberia o que fazer. Depende da consciência de cada uma", afirmou.

A desembargadora Maria José Sales Pereira concorda que a mulher deve ter o livre arbítrio para decidir sobre a gravidez, pois é ela que sente as dores e tristezas de saber que tem um feto anômalo. Também no seu entendimento, o médico tem que ter liberdade para escolher se quer ou não realizar o aborto. "Às vezes, ele é católico ou então quer seguir o lado emocional e se recusa a impedir o nascimento do feto anencefálico".

Para o desembargador Eserval Rocha, cada caso é um caso e deve ser analisado atentamente antes de qualquer decisão. Já o desembargador Rubem Dário, do ponto de vista religioso, é contra o aborto. Mas, do jurídico, disse que o caso tem que ser examinado, alegando, entretanto, que isto não pode servir de desculpa para outros tipos de abortos. O desembargador Mario Hirs defende que a mulher deve decidir acerca da gravidez, mas, para ele, o aborto é crime. Revelou que as mulheres de baixa renda são as mais condenadas pelo ato de abortar, porque procuram as "aborteiras", enquanto as de classes média e alta, que recorrem aos médicos, continuam abortando e não são processadas.

Operária da notícia

Sou uma operária da notícia, trabalho mesmo quando deveria descansar e não me desligo jamais. Gosto do que faço, mesmo sabendo que às vezes meu ofício é ingrato comigo. Mas, qual profissão não é?

Gosto de fazer matérias, que não apenas informem, mas façam o leitor se emocionar, de se enxergar naquela realidade. Muitas vezes, não posso fugir das notícias cruéis e tristes, das factuais e frias.

Costumo me emocionar durante a produção de minhas reportagens, a depender do assunto, choro, riu, me revolto, dou gargalhadas, fico séria... Os manuais de redação dizem que os jornalistas devem ser imparciais, mas no dia em que eu deixar de me emocionar na produção de minha atividade, certamente, deixarei de ser jornalista. Trocarei de profissão.

O pequeno torcedor do Bahia





Tão pequenino e já está sofrendo pelo Bahia

o pequeno torcedor do Bahia

terça-feira, 24 de março de 2009

Jornalismo, que profissão é essa?

Que profissão é essa que tira todo o meu tempo
Que me tira de minha família e de meus amigos
Que não reconhece meus esforços, minha dedicação...