Mutirão de saúde beneficia moradores de Mortugaba

Luiza Torres


Durante três anos, a catarata nos dois olhos impediu que a dona de casa Josina Barbosa, 60 anos, enxergasse novamente. Andar ou fazer as atividades de casa, só com ajuda de alguém da família. Mas, com o trabalho da ONG Voluntários do Sertão e o apoio do Governo do Estado, 322 pessoas de Mortugaba, no sudoeste baiano, e de municípios vizinhos, tiveram oportunidade de fazer a cirurgia de catarata. Após o procedimento cirúrgico, que durou apenas seis minutos, dona Josina voltou a enxergar. “Agora vou voltar a fazer minhas coisas. Poder ver as coisas é muito bom”.

O mutirão, iniciado na segunda-feira (21), terminou nesta sexta-feira (25) e também beneficiou os moradores com atendimentos em urologia, odontologia, clínica geral, pediatria, cardiologia e proctologia e cirurgias plásticas simples como a retirada de verrugas. Na área de urologia e proctologia foram feitos cerca de 150 procedimentos cirúrgicos - de hérnia e hemorróidas. No total foram atendidas aproximadamente mil pessoas durante a ação.

Enquanto alguns pacientes eram submetidos à cirurgia de catarata, outros aguardavam ansiosos pelo momento que teriam sua visão recuperada. “A minha catarata começou no cantinho do olho direito até que cobriu todo olho. Meu marido era quem fazia as coisas para mim dentro de casa. Depois passou para o olho esquerdo, me deixando cega dos dois olhos. Estou confiante que vou sair daqui enxergando”, disse a aposentada Helena Santos, 46 anos.

Outro que aguardava com expectativa era o agricultor José Antonio Pereira, 58 anos. Desde que a catarata afetou sua visão que ele parou de trabalhar, dependendo da ajuda dos filhos. O agricultor saiu do município de São João do Paraíso, pertencente a Minas Gerais, a 30 quilômetros de Mortugaba. “Se Deus me ajudar a sarar vou trabalhar e fazer tudo certinho”.

A recuperação total dos pacientes que se submeteram à cirurgia é de 24 a 48 horas. A rapidez só é possível por causa do método facoemulcificação, utilizado pelos médicos voluntários. No método, explica o coordenador dos Voluntários do Sertão, Luciano Goulart, o cirurgião utiliza um ultrassom para remover a catarata e não o laser. É utilizado uma pequena ponteira especial, cuja a ponta vibra entre 40 a 50 mil vezes por segundo, sugando o cristalino opaco e aspirando-o de dentro do olho. “Com esta técnica, não usamos sutura e evitamos que os pacientes retornem ao hospital para retirar os pontos. O método é eficiente e rápido, facilitando a recuperação. Em poucos minutos, o paciente volta a enxergar”, afirmou Goulart.